Se você é woke, você é de esquerda. Se você é de esquerda, você é woke. Nós confundimos os termos, supondo que se você é um, você deve ser o outro. Susan Neiman argumenta que esse é um erro perigoso.
A confusão surge porque o woke é preenchido por emoções tradicionalmente de esquerda: o desejo de estar ao lado dos oprimidos e marginalizados, de lidar com crimes históricos. Mas essas emoções são minadas por suposições filosóficas generalizadas de origem reacionária. Como resultado, o wokeism entra em conflito com as ideias que guiaram a esquerda por mais de 200 anos: um compromisso com o universalismo, uma distinção firme entre justiça e poder e uma crença na possibilidade de progresso. Sem essas ideias, o woke continuará a minar seus próprios objetivos e a se desviar, inexorável e involuntariamente, para a direita.
Uma das principais vozes filosóficas do debate contemporâneo, Neiman apela com paixão e força para que a esquerda retorne aos ideais que construíram o melhor do mundo moderno.

Susan Neiman é uma filósofa e escritora estadunidense. Escreveu extensivamente sobre oIluminismo, filosofia moral, metafísica e política. Seu trabalho mostra que a filosofia é uma força viva para o pensamento e a ação contemporâneos. Nascida e criada em Atlanta, Geórgia, durante o Movimento dos Direitos Civis, Neiman abandonou
o ensino médio para se juntar aos ativistas americanos que trabalhavam pela paz e pela justiça. Mais tarde, estudou filosofia na Universidade de Harvard, obtendo seu Ph.D. em 1986 sob a orientação de John Rawls e Stanley Cavell. Nos anos 80, ela passou seis anos em Berlim, estudando na Universidade Livre e trabalhando como escritora autônoma. Foi professora de filosofia em Yale e na Universidade de Tel Aviv. Em 2000, assumiu seu cargo atual como diretora do Einstein Forum em Potsdam.